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Os dados vieram de uma observação de 31 de julho de 2017, feita pelo Telescopio Nazionale Galileo, que fica na ilha espanhola de La Palma. O telescópio registrou o planeta passando na frente da estrela azul gigante e extremamente quente KELT-9, basicamente agindo como um filtro de luz, ajustando as cores da luz da estrela. Subtraindo a luz coletada só da estrela de quando o planeta passou na frente da estrela, foram reveladas as linhas espectrais de titânio e ferro. Os pesquisadores também detectaram uma leve mudança nos comprimentos de onda espectrais: a assinatura do efeito Doppler do planeta se movendo pelo espaço. Isso confirmou que as linhas espectrais não vieram da estrela ou da poeira no espaço intermediário, segundo o artigo publicado na Nature.
Astrônomos das Universidades de Berna e de Genebra e outros contribuíram para a descoberta. Os pesquisadores de Berna, sem mostrar esses dados para Hoejimakers, lhe pediram para que simulasse de forma independente o KELT-9b para ver se ele teria ferro visível. Suas simulações descobriram que, sim, o planeta deveria ter ferro visível para um observador. Isso aumentou sua confiança de que eles haviam de fato observado ferro e titânio no exoplaneta.
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Essa descoberta ajuda os cientistas a determinar a natureza do planeta e como ele se formou. De maneira mais ampla, ela serve como um avanço importante na jornada para caracterizar totalmente as atmosferas de exoplanetas.
"O artigo de Hoeijmakers é um ótimo primeiro passo para identificar os componentes químicos da atmosfera", disse Laura Kreidberg, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, em entrevista ao Gizmodo. Ele "abre a porta para muitas outras investigações — procurando por espécies químicas adicionais e observando diferentes regiões da atmosfera do planeta".
Entender completamente a atmosfera de um exoplaneta pode ajudar os cientistas a perceber a diferença entre um planeta parecido com a Terra ou um planeta semelhante a Vênus — uma distinção crucial se você estiver procurando por vida. O objetivo é encontrar bioassinaturas, espectros moleculares indicando que a atmosfera de um planeta tenha sido alterada por alguma forma de vida.
Outros ficaram interessados no planeta por si só. "Ele é tão fortemente irradiado que é mais quente que a maioria das estrelas", disse ao Gizmodo Drake Deming, professor de astronomia da Universidade de Maryland, que analisou o artigo. Ele apontou que as estrelas mais comuns na galáxia são anãs vermelhas mais frias e escuras, ao contrário de nosso Sol, que é uma estrela de sequência principal de tipo G, mais quente (às vezes chamada de anã amarela).
Hoejimakers apontou que o artigo foi o resultado de uma intensa colaboração entre os pesquisadores e sentiu que ele era um modelo de como a ciência deve ser feita. Ele disse: "Cada pessoa na lista de autores fez uma contribuição crucial para essa história".
E haverá muito mais oportunidades de colaboração. Os cientistas terão em breve muito mais observações a analisar, tanto do telescópio em La Palma e quanto de outros telescópios futuros.
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