O Brasil fechou 12.292 vagas de trabalho com carteira assinada em novembro deste ano, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (27).
O número é a diferença entre as contratações, que somaram 1.111.798, e o de demissões no mês passado, que totalizaram 1.124.090.
Em novembro, começou a vigorar a nova lei trabalhista que, entre as mudanças, trouxe a a possibilidade de contratos de trabalho intermitente e com jornada parcial.
De acordo com o ministério, no mês passado foram contratados:
– 3.067 trabalhadores via contrato intermitente;
– 231 trabalhadores via contrato parcial (a nova nova lei trabalhista elevou de 24 horas para até 30 horas semanais os contratos desse tipo).
Nova lei trabalhista pode inflar estatística
Conforme mostrou o G1, a metodologia de registro das vagas de contrato de trabalho intermitente nas estatísticas do Ministério do Trabalho pode inflar o número de postos criados a partir de agora.
O coordenador-geral de Estatísticas do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, confirmou nesta quarta que o governo registrará cada vínculo de trabalho intermitente de forma separada, mesmo que dois ou mais vínculos estejam relacionados a um mesmo trabalhador.
Ele disse também que o governo não tem como saber se esse trabalhador recebeu salário no mês em questão, considerando que, pela modalidade de contrato intermitente, ele pode ser registrado na base de dados de uma empresa, mas não ser convocado para trabalhar em um determinado mês.
“O escopo do Caged não traz a perspectiva da informação de quanto o trabalhador efetivamente recebeu. O Caged trata exclusivamente dos contratos de trabalho firmados e rescindidos, razão pela qual não há a menor possibilidade de que se divulguem dois índices de emprego”, declarou.
Magalhães acrescentou que, se um trabalhador recebeu salário na modalidade intermitente, essa informação estará disponível somente na Rais, cuja divulgação é feita anualmente.
Fechamento de vagas é o 1º em 7 meses
Com o resultado de novembro, foi interrompida uma série de sete meses seguidos em que as contratações superaram as demissões. O resultado foi o pior desde março de 2017 – quando foram fechadas 57.625 vagas.
Apesar das demissões, houve melhora frente a novembro de 2016, quando houve 116.747 demissões, e de 2015, quando 130.629 perderam o emprego.
“Isso não significa interrupção do processo de retomada do crescimento do país. A recuperação da economia vem ocorrendo de forma gradual e consistente”, afirmou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, em entrevista nesta quarta.
– No acumulado de janeiro a novembro deste ano, foram gerados 299.635 empregos com carteira assinada.
– Se considerados os últimos doze meses, porém, as demissões superam as contratações em 178.528 vagas com carteira assinada.
– Ao fim de novembro, o Brasil tinha 38,62 milhões de pessoas empregadas com carteira assinada. No fim do mesmo mês do ano passado, o número era maior: 38,79 milhões.
Os números de criação de empregos formais do acumulado de 2017, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo nos meses de janeiro a outubro. Os dados de novembro ainda são considerados sem ajuste.
Para 2018, o governo estima que o Brasil deverá criar 1,78 milhão de empregos com carteiras assinadas.
Em novembro deste ano, de acordo com o Ministério do Trabalho, sete dos oito setores da economia demitiram mais do que contrataram. Veja abaixo os resultados:
– Comércio: abertura de 68.602 vagas;
– Serviços: fechamento de 2.972 vagas;
– Indústria de transformação: fechamento de 29.006 vagas;
– Agricultura: fechamento de 21.761 vagas;
– Serviços de utilidade pública: fechamento de 814 vagas;
– Indústria extrativa mineral: fechamento de 1.155 vagas;
– Administração pública: fechamento de 2.360 vagas;
– Construção civil: fechamento de 22.826 vagas;
Segundo o Ministério do Trabalho, em novembro as demissões superaram as contratações em três das cinco regiões do país. Veja abaixo a variação do emprego formal por regiões:
– Nordeste: +3.758 vagas;
– Sul: +15.181 vagas;
– Centro-Oeste: -14.412 vagas;
– Norte: -398 vagas;
– Sudeste: -16.421 vagas;
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