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A morte de uma gestante no interior de São Paulo causada por um problema no coração trouxe à tona uma importante discussão sobre gestações de risco. Giseli Cristina Sanches, de 39 anos, grávida de trigêmeos, faleceu após sofrer uma parada cardíaca no dia em que comemorava o chá de bebê de seus filhos.
Segundo informações do site de notícias G1, Giseli estava no sétimo mês de gestação e desde o quinto fazia acompanhamento pré-natal no Hospital de Base, em São José do Rio Preto, São Paulo, por conta da idade avançada e da gestação múltipla.
Ela sofreu parada cardíaca dentro de uma ambulância a caminho do hospital, depois de passar mal e vomitar muito na noite em que realizou seu chá de bebê, conforme contaram os familiares.
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Com a morte de Sanches, uma cirurgia de emergência foi feita para tentar salvar os bebês. Infelizmente, nenhum deles resistiu.
Ao G1, o hospital afirmou que demais informações sobre a paciente ou o atendimento “não podem ser divulgadas para não infringir o sigilo médico e em respeito à privacidade da paciente”.
A idade avançada e a gestação múltipla caracterizavam a gravidez de Giseli como sendo de risco, o que levantou dúvidas sobre a relação deste tipo de caso com o perigo de uma parada cardíaca.
Para Jairo Iavelberg, ginecologista do Hospital BP, unidade hospitalar da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, que não acompanhou o caso, é extremamente raro que gestantes sofram paradas cardíacas. Por isso, o médico é taxativo ao afirmar: parada cardíaca não pode ser relacionada aos eventos gestacionais.
“Falar que ela teve parada cardíaca ou embolia pulmonar por estar grávida de trigêmeos não é verdade”, garante.
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Ele ainda ressalta que a classificação de uma gestação como “de risco” é um alerta para que os cuidados com a gestante e o bebê sejam redobrados, e não uma sentença de que algo irá dar errado.
“O que pode ocorrer é uma parada cardiorrespiratória em pacientes que possuem alterações clínicas cardiológicas-pulmonar e não foram diagnosticadas na gravidez, mas não em decorrência da gestação em si”, difere.
Conforme Jairo Iavelberg explicou ao VIX, gravidez de risco é o nome dado para classificar todas as gestações que, por algum motivo, demandam cuidados mais específicos, seja pela idade da gestante ou presença de alguma doença que pode comprometer o desenvolvimento da gravidez.
Nesses casos, o acompanhamento da gestante durante o período é fundamental porque, caso alguma alteração séria aconteça, o risco durante a própria gravidez ou o parto podem aumentar.
Fatores que tornam a gestação de risco© stefanolunardi/shutterstock mulher batimentos gravidez 217 400×800 |
Somente um especialista será apto a decidir se a gestação oferece ou não risco aumentado. Por isso, é fundamental que a gestante faça os exames pré-natal assim que souber da gravidez.
O médico, junto com os resultados dos exames feitos periodicamente pela paciente, poderá identificar alguns sinais de alerta, como grande variação de peso ou do tamanho do útero em pouco tempo.
Abaixo, estão listados 3 dos fatores mais comuns na classificação de uma gravidez de risco:
Doenças
A presença de doenças, como diabetes, pressão alta, lúpus, entre outras, sejam elas existentes antes da gravidez ou desenvolvidas durante, está entre os principais fatores para classificar uma gestação como de alto risco.
“Hipertensão arterial e diabetes gestacional são importantes porque, a partir do momento em que são diagnosticadas, devem ser acompanhadas como fatores de risco para a mãe e o bebê”, afirma o especialista.
Segundo ele, é preciso ficar de olho, sobretudo, na hipertensão, porque pode levar ao descolamento da placenta, causando a morte do bebê. Já a diabetes gestacional promove alterações placentárias e que comprometem a troca de nutrientes e oxigenação entre a mãe e o bebê.
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“Toda gestação gemelar (gêmeos) vai ser tratada em pré-natal como de alto risco”, explica Iavelberg. Segundo ele, isso acontece porque algumas pesquisas mostram que a incidência de doenças gestacionais e até mesmo a ocorrência de partos prematuros são mais comuns em grávidas de gêmeos.
Grávidas com mais de 40 anos passam a ser tratadas como pacientes de risco porque, pela idade, são mais propensas a desenvolverem alterações, como grandes variações de peso ou de pressão.
Entretanto, conforme contou o especialista, isso não irá definir a gestação. “Será necessário um acompanhamento mais aproximado dessa gestação, mas é possível que ela chegue ao fim sem problema algum”, relatou o médico.
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Como cada gestação é única, somente o médico poderá dizer qual o tratamento mais indicado, no caso de uma gestação de risco. De modo geral, o acompanhamento irá definir se a gestante necessita de repouso, complementação alimentar, dietas ou exercícios.
“Gravidez não é doença, eu sempre brinco com isso”, afirma o médico ao defender que não é necessário estar presa a uma cama para ter uma gravidez segura e saudável, pelo contrário. Segundo ele, até mesmo atividades físicas, como caminhada ou hidroginástica, que são de baixo impacto, são recomendadas às gestantes.
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Saúde