O  americano Mark Grieco, diretor de A River Below, filme sobre a matança  de botos cor-de-rosa e, de maneira geral, sobre a ameaça que sofre a  biodiversidade da Amazônia, nega que o documentário acuse o biólogo  brasileiro Richard Rasmussen de pagar pescadores para matar um boto e  mostrar o assassinato em uma reportagem exibida pelo Fantástico, da  Globo. Os boatos sobre o filme, que ainda não tem previsão de ser  exibido no Brasil, começaram no início desta semana e já foram refutados  por Rasmussen e pela Globo, que disse ter tomado as medidas necessárias  para garantir que não havia irregularidade com as imagens antes de  levar ao ar a reportagem.“Eu categoricamente nego a alegação de  que meu documentário acusa Richard Rasmussen de pagar para matar, ou de  matar um golfinho”, diz Mark Grieco em um comunicado enviado em primeira  mão para VEJA. Golfinho é o modo como o cineasta chama o boto. “Isto é  evidentemente falso e absolutamente não é o que o filme e nossa equipe  tenham declarado ou acreditam. Sem ter assistido ao documentário, é  irresponsável e talvez perigoso para a vida das pessoas que dele  participaram divulgar essa alegação sensacionalista.”
De acordo com Grieco, A River Below  estreou há duas semanas em Nova York “para um público limitado” e não  tem data para chegar ao Brasil, o que ele espera que ocorra “muito em  breve”. “E, assim (vamos) poder continuar esta discussão, que não será  baseada em especulação, mas sim em fatos”, afirma.
“Em última análise, A River Below é  sobre os botos ameaçados, as pessoas que lá estão tentando salvá-los e a  complexidade de realizar esta tarefa quase impossível no mundo de hoje.  Os comentários sensacionalistas e imprecisos sobre o filme, ao qual  poucos assistiram, desviam a atenção da verdadeira questão, que é a  questão central do filme: o que precisa ser feito para que o público e o  governo tomem medidas para proteger uma espécie ameaçada de extinção,  após conservacionistas, tais como Richard, já por uma década estarem  alertando para parar com esta matança?”, continua o cineasta em sua  nota.
O produtor do documentário, Kevin McLean, atribui o episódio a uma interpretação errada de resenhas feitas sobre o filme.
Confira abaixo o comunicado de Mark Grieco, na íntegra:
Declaração de Mark Grieco, diretor do documentário, A RIVER BELOW.
Quarta-feira, 10 de maio de 2017
O filme estreou há duas semanas em Nova  York para um público limitado, e foi um grande choque ver as manchetes  da imprensa brasileira nos últimos dias fazendo declarações imprecisas  sobre Richard Rasmussen, o filme e eu.
Eu categoricamente nego a alegação de  que meu documentário acusa Richard Rasmussen de pagar para matar, ou de  matar um golfinho. Isto é evidentemente falso e absolutamente não é o  que o filme e nossa equipe tenham declarado ou acreditam. Sem ter  assistido ao documentário, é irresponsável e talvez perigoso para a vida  das pessoas que dele participaram divulgar essa alegação  sensacionalista.
Meus produtores e eu tomamos o máximo  cuidado para contar a história de Richard, a história do pescador, e a  situação terrível do golfinho cor-de-rosa do Amazonas. Temos retratado  vários lados da história de uma forma equilibrada, que permite aos  personagens contarem suas versões com suas próprias palavras. O nosso  filme levanta grandes questões, mas deixo para o público e para a  imprensa tomarem suas próprias conclusões, só depois de terem assistido  ao filme.
Em última análise, A River Below é sobre  os botos ameaçados, as pessoas que lá estão tentando salvá-los e a  complexidade de realizar esta tarefa quase impossível no mundo de hoje.  Os comentários sensacionalistas e imprecisos sobre o filme, ao qual  poucos assistiram, desviam a atenção da verdadeira questão, que é a  questão central do filme: o que precisa ser feito para que o público e o  governo tomem medidas para proteger uma espécie ameaçada de extinção,  após conservacionistas, tais como Richard, já por uma década estarem  alertando para parar com esta matança?
Muito em breve, espero poder ter a  oportunidade de exibir o filme no Brasil e, assim poder continuar esta  discussão, que não será baseada em especulação, mas sim em fatos.
– Mark Greico, Director do A RIVER BELOW
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FONTE: Veja
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Brasil